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MPF pede indenização de R$ 100 mil a pastor acusado de cometer racismo religioso

Em vídeo, líder religioso teria atacado celebração 'Águas de Axé', em Mangaratiba, na Costa Verde do Rio, e relacionado a figura de Iemanjá ao mal

30/07/2024 às 12h24
Por: Redação Fonte: O Globo
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Brasil tem aumento de denúncias de intolerância religiosa nos últimos anos (foto de arquivo) Hermes de Paula
Brasil tem aumento de denúncias de intolerância religiosa nos últimos anos (foto de arquivo) Hermes de Paula

Um pastor evangélico é alvo de uma denúncia do Ministério Público Federal (MPF), sob a acusação de disseminar discurso de ódio contra religiões de matriz afro-brasileiras e seus seguidores. O órgão pede uma indenização de R$ 100 mil como reparação pelas ofensas.

Na Justiça, uma representação formulada pela Comissão de Combate à Intolerância Religiosa do Estado do Rio de Janeiro diz que o pastor atacou a celebração “Águas de Axé”, realizada anualmente em Mangaratiba, e que agora faz parte do calendário oficial da cidade na Costa Verde do Rio, em um vídeo que circulou nas redes.

Para o MPF, as declarações do líder religioso caracterizam discurso de ódio, uma vez que associam os cultos afro-brasileiros à desgraça e à degradação. Em um dos ataques, por exemplo, ele teria vinculado a imagem de Iemanjá a todo o mal que poderia ocorrer ao município.

Ainda de acordo com a ação, o pastor também convocou seus fiéis para uma espécie de “guerra espiritual”, a fim de que a Praia de Jacareí não se transformasse em “lama”, como, segundo ele, teria se tornado a Praia de Sepetiba, após a colocação de uma escultura de Iemanjá no local.

Procurador regional dos Direitos do Cidadão no Rio, Jaime Mitropoulos explica que, apesar de o autor ter apagado o vídeo original de seu Instagram após a repercussão negativa, isso não o exime da indenização.

A Procuradoria pede que o caso seja investigado também na esfera criminal, com base no artigo 20, parágrafo 2º, da Lei n.º 7.716/89, que define como crime “praticar, induzir ou incitar a discriminação, ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”, prevendo uma pena que pode chegar a até cinco anos de reclusão.

O “Águas de Axé” é comemorado em 20 de janeiro e, além de promover a cultura afro-brasileira, busca incentivar a reflexão e a conscientização sobre o enfrentamento ao racismo, discriminações e intolerâncias.

Na ação, o pastor é acusado de “fazer valer sua posição de líder religioso, em um culto assistido por dezenas de fiéis e publicado na internet para um número incalculável de pessoas, para proferir discurso que discrimina, deprecia, humilha, estigmatiza e demoniza”.

 

Intolerância religiosa cresce no país

 

Casos de desrespeito e ataques a crenças e cultos religiosos têm sido cada vez mais frequentes no Brasil. Apenas no primeiro semestre deste ano, o Disque 100 — um serviço do governo — recebeu 91% das denúncias de intolerância registradas em 2023, sendo o principal alvo dos ataques as religiosidades afro-brasileiras.

Religiões de matriz africana, como o candomblé e a umbanda, estão entre as cinco mais seguidas no Brasil, com mais de um milhão de adeptos. Segundo o IBGE, os católicos praticantes são maioria: cerca de 123 milhões de fiéis. Em seguida estão os evangélicos, com 113 milhões.

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